Seu moço, estou chegando, eu não sou daqui
Venho vindo de outros lados
Onde tem mugir de gado e o cantar da juriti
Estou chegando agora, não repare não
Minhas mãos são muito grossas
Sou trabalhador da roça, eu sou filho do sertão
Eu me levanto às cinco horas da manhã
Pego a enxada e vou cuidar do meu roçado
Enfrento sol, chuva grossa e tempestade
E o calor que chega arde em meu corpo suado
Eu lhe convido pra ir conhecer de perto
A dura luta do roceiro pelo pão
Mas não repare, meu amigo, o meu estado
Porque sou descamisado, pés descalços e sem patrão
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